sábado, 24 de maio de 2008

Erro no cérebro pode explicar comportamento violento

Onde estão as raízes da violência? Segundo pesquisador inglês, genética, funcionamento cerebral alterado e meio ambiente geram comportamentos anti-sociais.Adrian Raine apresentou, no IV Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções, trabalhos que mostram diferenças de padrões de funcionamento de determinadas áreas do cérebro em indivíduos comuns e assassinos. O congresso que está acontecendo em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, reúne neurologistas, psiquiatras, psicólogos e neurocientistas do Brasil e do exterior. O cientista apresentou imagens obtidas por Tomografia por Emissor de Pósitrons (PET) de indivíduos comuns e de criminosos contumazes, bem como de mentirosos patológicos. Os exames evidenciaram que áreas do cérebro humano são ativadas de maneira diferente nesses casos.
As regiões do lobo pré-frontal, região ligada ao controle das emoções e à capacidade de discernimento moral, se apresentam como áreas menos ativas nos sociopatas. Além dessas regiões, outras como amígdala cerebral e hipocampo atuam em conjunto quando precisamos avaliar nossos atos. A capacidade de julgamento sobre o que é certo e errado faz parte da evolução das sociedades humanas e os conceitos de moralidade e regras de convivência têm raízes emocionais e conscientes.

O fator ambiental
A importância do ambiente na formação dos indivíduos violentos foi comprovada por pesquisas desenvolvidas pelo grupo da Universidade da Pensilvânia. Esses trabalhos detectaram que deficiências nutricionais e falta de estímulo cognitivo em crianças de 3 a 5 anos de idade contribuem para maiores chances de um desfecho ruim da formação desses adultos.
Todos esses fatores não explicam isoladamente atos violentos, especialmente quando esses atos partem, de indivíduos aparentemente insuspeitos. Segundo Raine, que estuda a violência há mais de trinta anos não se pode estigmatizar pessoas por apresentarem padrões de ativação cerebral, diferente dos indivíduos comuns. O que deve ser proposto são intervenções precoces que possam evitar resultados desastrosos quando fatores genéticos, sociais e neurofuncionais se juntam.


Fonte: Portal G1 - Ciência e Saúde

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