quinta-feira, 3 de julho de 2008

COMEÇA ERA DINAMITE NO VASCO




Passeio pelas dependências de São Januário, conversa com os jogadores no gramado e entrevista coletiva à tarde. Foi assim que Roberto Dinamite iniciou seu primeiro dia como presidente do Vasco, ontem, na Colina Histórica. Ao lado dos novos dirigentes do clube e de seus assessores, Roberto conheceu o atual estado de conservação do estádio, o qual lhe agradou, procurou tomar conhecimento da situação financeia do clube e almoçou no restaurante vascaíno com seus companheiros. Pouco antes disso, no campo, teve um ligeiro diálogo com os jogadores, que foi encerrado com o tradicional grito de Casaca!.

O atacante Edmundo falou em nome dos jogadores, e o técnico Antônio Lopes, que na véspera já havia lhe falado sobre as carências do elenco, também disse suas palavras de incentivo. Já na entrevista coletiva, Roberto Dinamite, sempre evitando pronunciar o nome do ex-presidente Eurico Miranda, falou de planos para o futuro mas ressaltou que, no momento, o ideal é ter cautela antes de se fazer qualquer extravagância.

Dívidas e Finanças

O Vasco possui uma dívida que gira em torno de R$250 milhões. Mas para ter uma noção maior dessa dívida precisamos estar dentro do processo. Estamos buscando ter essa noção em um curto espaço de tempo. Vamos preservar o que temos e, conseqüentemente, melhorar. E o que não estiver bom vamos mudar.

Vasco-Barra

Durante as eleições se falou muito que íamos acabar com a sede do Vasco-Barra, que não tem o aluguel pago há muitos meses. Mas nós queremos um Vasco forte em todos os setores. Não queremos diminuir nosso clube. Mas, pelo custo alto, vamos avaliar melhor essa situação. Seria importante termos esses números, que estão com a antiga diretoria. A partir desses números poderemos fazer um levantamento.

Sócios

Após as eleições muitas pessoas demonstraram interesse em voltar a ser sócio ou a se tornar sócio. Nossa intenção é mostrar com clareza a nossa proposta para trazer as pessoas para o clube. Temos um número irrisório de sócios que tenho até vergonha. Mas o objetivo é fazer como o Internacional, de Porto Alegre, que tem até fila de espera com pessoas que querem se tornar sócias.

Reforços

Com os pés no chão nós vamos buscar o Felipe, que já vinha sendo falado desde a diretoria anterior, e qualquer outro jogador de qualidade. Já conversei com o Antônio Lopes, e ele me disse que o grupo tem algumas carências em alguns setores e vamos buscar soluções para atender os seus pedidos. O Felipe é um jogador com talento e com uma história aqui no Vasco. Não estou prometendo nada, mas existe a possibilidade de uma conversa. Reformas em São JanuárioA estrutura física do estádio melhorou desde minha época de jogador. Mas temos que saber como foi feito esse processo para que chegássemos a este espaço de hoje. Saber como as coisas aconteceram no aspecto jurídico. Temos que saber se esses detalhes estão regularizados. Mas desejamos que São Januário dê ainda mais conforto ao torcedor. Vamos fazer projetos a cada dia, mas isso somente no futuro. Temos compromissos inadiáveis. No primeiro momento temos que cumprir obrigações.

Parcerias

Vamos conversar primeiro com os atuais parceiros. Mas vamos continuar buscando outros. O objetivo é ter parcerias à altura de nossa instituição.



Visivelmente sem noção da situação em que se encontra o Vasco da Gama, Roberto Dinamite pisou em São Januário pela primeira vez como presidente eleito do clube. Na coletiva realizada nesta quarta-feira, na sede de São Cristóvão, o ex-jogador preferiu não fazer promessas até realmente tomar conhecimento de todos os contratos firmados pela antiga diretoria e da dívida cruzmaltina. Sabatinado por jornalistas e conselheiros, Dinamite não fugiu das respostas e se mostrou de mãos atadas para falar na contratação de reforços, na manutenção do Vasco Barra e de como vai iniciar os investimentos em vários setores do clube. Uma questão que chamou a atenção foi ao ser questionado se faria como o antigo mandatário, Eurico Miranda, que teve um problema com Romário por interferir na escalação. - Meu nome é Roberto Dinamite - limitou-se a dizer o novo presidente. GLOBOESPORTE.COM: Um dia após a eleição no Calabouço, o atual presidente da assembléia-geral Olavo Monteiro de Carvalho afirmou que após a vitória da chapa de oposição uma fila de empresas se formaria na porta de São Januário. A fila já está aí?
ROBERTO DINAMITE: O Vasco hoje tem parceiros, mas acho que podemos e queremos uma linha da própria chapa, com parceiros que venham de encontro à nossa administração e de encontro com aquilo que se busca dentro do mercado. A nossa situação ou a do clube como foi entregue é dura, difícil, mas vamos dar a volta por cima. Vamos buscar com todos os esforços esses parceiros para que a gente possa equilibrar a nossa receita. O quadro é um quadro difícil e delicado e eu acredito muito na competência dessas pessoas que estão aqui comigo. Vamos fazer um planejamento não para seis meses, mas para os próximos três anos. Se Deus quiser, atendendo de forma equilibrada o que o clube vai arrecadar e o que o clube vai gastar.

A diretoria anterior tinha fechado um protocolo de intenções com a empresa Luso Arenas. Esse acordo ainda está valendo?
Vamos cumprir com as nossas obrigações e com as dos outros. Estamos no Vasco e vamos buscar solucionar isso o mais rápido possível. Vi realmente um projeto em que a capela ficaria no mesmo lugar, sem ser fechada. Alguns torcedores me perguntaram isso. O que queremos é recuperar a nossa administração porque ela está em uma situação muito delicada. Existe uma série de pendências que precisam ser vistas de frente e de uma forma muito rápida. Esse ano se torna inviável no que se diz respeito a fazer algo no estádio. A prioridade vai ser buscar as soluções. Só vamos ter isso na nossa mão ou alguma coisa a partir de amanhã (quinta-feira). Você não acha que é um fardo muito pesado acumular a presidência e a vice-presidência de futebol?
Quando você (jornalista) começou, aprendeu muita coisa. Se você fechar os olhos hoje no seu local de trabalho, você vai saber onde está. Nós não vivíamos o Vasco no dia a dia. O que é normal é que a partir do momento em que você esteja dentro de um processo é que você aprenda como funciona em um rápido período de tempo. O clube não pode parar.

Como você vai acumular a função de deputado estadual e presidente do Vasco?
A nossa administração não vai ser de uma pessoa só. Todas as pessoas que estão na nossa chapa têm autonomia para desenvolver o seu trabalho. São pessoas competententes. Claro que a palavra final é do presidente, mas a palavra final vai ser discutida em uma conversa entre todos. Aquele que achar que pode tomar uma decisão sozinho, não tem o mesmo espírito que queremos e desejamos no Vasco. Esse é o ponto mais forte da nossa chapa. O coletivo vai estar decidindo o rumo do nosso clube.

Como vai ser o relacionamento do Vasco em as entidades?
A instituição tem que ser respeitada. Ontem (terça-feira) mesmo conversei com o presidente da federação do Rio de Janeiro. Ele está aberto para nos receber. As pessoas têm que parar com a vaidade de cada. Cada um busca o seu interesse individual e não o que é melhor para o futebol do Rio de Janeiro. Vamos sentar numa mesa com os outros três grandes e ver o que é melhor para o futebol do Rio. Vamos ter uma relação de respeito com os outros clubes e aí sim buscar o interesse maior dos clubes do Rio de Janeiro.

Dizem que o Vasco Barra não é rentável para o clube. Como o clube se encontra sem recursos, a sede pode ser um dos cortes do Vasco?
Até um primeiro momento se falou muito sobre que acabaríamos com o Vasco Barra, que mandaríamos os funcionários embora. Na realidade, o que nós queremos é um Vasco forte em todos os seus setores, respeitando os funcionários. A informação que se tem e que estaremos levantando isso para iniciar o trabalho. Queremos ver se aquele lugar realmente está dentro daquilo que é legal como construção. Por ali passou o plano Lúcio Costa e é de suma importância falar sobre isso. Não queremos diminuir o nosso clube, mas dentro de um custo alto, vamos analisar de uma forma clara, transparente, para que se tenha uma noção exata do que é. Seria importante ter da diretoria que está saindo os números exatos em relação a isso. Vamos levantar tudo isso para ver se tudo se confirma, o posicionamento da diretoria anterior e dessa forma poder definir alguma coisa em relação ao futuro do Vasco. Coisas que possam fazer e atender a comunidade vascaína, vamos atender e analisar tudo isso. Tudo que não estiver à altura do Vasco, onde a gente não tenha viabilidade ou a definição legal, vamos buscar para acontecer.
Como foi o seu primeiro contato com o futebol e o que você pode falar sobre reforços, como o meia Felipe?
Foi hoje (quarta-feira) cedo com todos os jogadores, com o treinador. Coloquei para o grupo e para o treinador que sabemos da necessidade do Vasco e do que ele precisa. Esperamos nesse curto tempo atender às necessidades do grupo, mas temos que acreditar nesse plantel porque vão ser eles que vão defender o time nesse primeiro momento. Quem falou do Felipe foi a diretoria que estava saindo e nós mais do que nunca, com os pés no chão, vamos buscar não só a situação do Felipe, mas em relação a outros jogadores. Na conversa que tive com o Lopes, ele falou das carências em algumas áreas e algumas posições. Dentro desse primeiro momento, vamos tentar viabilizar, buscar soluções para atender esse pedido inicial do treinador. Com relação ao Felipe, claro que existe a possibilidade de se conversar alguma coisa, mas não de forma oficial. Não estamos prometendo nada. É um atleta de qualidade e que já desenvolveu dentro do Vasco com muito talento. Ele tem um contrato até o fim do ano e fora da realidade de Brasil. Vamos ver.



FONTE: GLOPOESPORTE E JORNAL DOS SPORTS

FOTOS: GLOBOESPORTE E VIPCOMM

Nenhum comentário: