sábado, 19 de julho de 2008

41 anos da morte de Luz del Fuego


Luz del Fuego, nome artístico de Dora Vivacqua, nascida em Cachoeiro de Itapemirim, 21 de fevereiro de 1917 falecida no Rio de Janeiro, 19 de julho de 1967, foi uma bailarina, naturista e feminista brasileira. Dora foi a décima quinta filha de Etelvina e Antonio Vivacqua, de famílias oriundas da imigração italiana no Espírito Santo. Foi irmã do senador Attilio Vivacqua.
Luz del Fuego teve sua vida levada para o cinema em um filme estrelado por Lucélia Santos, que no entanto não retrata nem de perto o que foi a vida desta lutadora.Ela traz da Europa algo que de imediato associou com a história dos primeiros brasileiros (os índios). Luz del Fuego apresentava-se seminua com uma ou às vezes duas cobras jibóias enroladas em seu corpo e ficou muito famosa em sua época. Adepta da alimentação vegetariana e do nudismo, não fumava, nem ingeria bebidas alcoólicas e, através de uma concessão da Marinha, obteve licença para viver na ilha Tapuama de Dentro, que foi por ela rebatizada como "Ilha do Sol" e onde fundou o primeiro clube naturista do Brasil, o "Clube Naturalista Brasileiro".
Luz del Fuego, devido a sua coragem para enfrentar o preconceito de sua época com relação ao nudismo, e pelo pioneirismo na criação do primeiro clube naturista do Brasil, tem hoje sua data de nascimento, 21 de fevereiro, lembrada e comemorada entre os naturistas brasileiros, como "Dia do Naturismo".
Sua famosa frase que retrata bem o seu pensamento: “Um nudista é uma pessoa que acredita que a indumentária não é necessária à moralidade do corpo humano. Não concebe que o corpo humano tenha partes indecentes que se precisem esconder”.
Na primeira metade dos anos 50 ela fundou um Partido Político chamado Partido Naturalista Brasileiro e se candidatou a Deputada Federal por este partido.
Importante observar que atualmente, o termo naturalismo é apropriado para quem é especialista em história natural, ficando o termo naturismo associado para as pessoas que praticam o chamado "nudismo social".Em 1967, apenas três anos depois da entrada do Regime Militar que transformou o Partido Naturalista Brasileiro em um partido ilegal, Luz del Fuego e seu caseiro foram assassinados e seus corpos, amarrados em pedras, foram lançados para o fundo do mar. Após a sua morte, a Ilha do Sol voltou a ficar desabitada. Até a construção resiste ao tempo, com as paredes e a laje em perfeitas condições, onde, inclusive, ainda se pode ver, desenhadas na laje, as duas cobras que ajudaram a eternizar a imagem da dançarina.
Até hoje ninguém tem certeza exata por que Luz del Fuego foi assassinada. Oficialmente que foi um pescador de Neves - São Gonçalo, conhecido como "Gaguinho", que cumpriu pena e foi assassinado depois de sair da prisão. Extra-oficialmente é tido como certo que a morte de Dora Vivacqua foi por motivos políticos, mas pessoas que conviveram com os fatos sabem que o pescador já era um fugitivo da policia e namorado de Luz. Por causa de uma briga ela o denunciou e assim, por vingança, ele a matou.
Seu legado permanece até hoje, e o naturismo brasileiro tem grande orgulho de ter Luz del Fuego como uma de suas personagens históricas.
Também o movimento feminista brasileiro deve muito a esta mulher de garra que na década de 50 já lutava pela liberdade feminina, sendo muito conhecida uma frase que repetia, a de que "daqui a 50 anos serei lembrada", talvez porque já naquele tempo conhecesse as propriedades medicinais da Helioterapia e Aeroterapia.


Fonte: Wikipédia

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