SÃO PAULO (Reuters) - As indústrias de Santa Catarina, maior produtor de suínos do Brasil, poderão voltar a exportar a carne para a Rússia, o maior importador do produto brasileiro, de acordo com a Abipecs, associação que representa os exportadores.
O Estado, o único do país com o status de livre de aftosa sem vacinação, reconhecido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), teve suas exportações bloqueadas para a Rússia desde o final de 2005, apesar de sua condição sanitária privilegiada.
Naquele ano, os russos impuseram embargos à carne brasileira em função de casos de aftosa em Mato Grosso do Sul. Depois de controlada a doença, a Rússia liberou alguns Estados para voltarem a fornecer o produto, mas não Santa Catarina, e o Rio Grande do Sul passou a responder pela maior parte do fornecimento.
Santa Catarina exportou carne suína para a Rússia pela última vez em 2005, quando vendeu cerca de 250 mil toneladas para os russos, enquanto as exportações brasileiras totalizaram aproximadamente 400 mil toneladas.
No ano passado, o Brasil fechou o ano exportando para todos os destinos 529 mil toneladas, sendo 225 mil toneladas para a Rússia.
A notícia era bastante aguardada por exportadores e produtores, especialmente porque Santa Catarina vinha sendo afetada por preços baixos de produtos suínos, em meio à crise internacional.
O presidente da Coopercentral Aurora, Mário Lanznaster, afirmou por meio de nota distribuída pela assessoria de imprensa que Santa Catarina poderá começar uma lenta recuperação. Segundo ele, os preços praticados com os criadores vão parar de cair e o produto voltará, paulatinamente, a se valorizar.
A decisão russa foi tomada em um momento em que as agroindústrias de Santa Catarina detêm mais de 50 mil toneladas em estoques, segundo a assessoria.
Fonte: Reuters por Roberto Samora
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