sábado, 18 de outubro de 2008

Perdigão e VCP seguem Sadia e Aracruz

A Perdigão e a VCP foram contaminadas pelo mau humor do mercado em relação a suas concorrentes, Sadia e Aracruz, que anunciaram perdas com operações de derivativos. As baixas ocorreram por motivos distintos. A Perdigão foi apanhada pelo efeito manada, e viu suas ações ordinárias (PRGA3, com direito a voto) encerrarem o dia a 36,20 reais, uma queda de 5,74%. Já a VCP sentiu, pela primeira vez, o efeito negativo de aumentar sua participação no capital da Aracruz. Suas ações preferenciais (VCPA4, sem direito a voto) encolheram 10,65%, para 31,18 reais. Apesar de representativas, as quedas foram bem menores que as da Sadia (-35,47%) e Aracruz (-16,76%). O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, terminou em 50.782 pontos, com queda de 2,02%.
A Perdigão não possui exposição excessiva em derivativos de câmbio, mas isso contou pouco para os investidores, segundo Luciana Leocádio, chefe de análise da corretora Ativa. “A empresa foi apanhada pelo efeito manada, mas sua situação não tem paralelo com a da Sadia”, afirma.
No início de agosto, a VCP anunciou sua intenção de elevar a participação no capital da Aracruz dos atuais 28% para 56%, ao comprar a fatia da família Lorentzen, fundadora da companhia, por 2,71 bilhões de reais. Em meados de setembro, a VCP e a família Safra – detentora de uma participação relevante na Aracruz - chegaram a um acordo para compartilhar o controle da empresa.
Assim, a Aracruz passa a pesar cada vez mais no balanço da VCP – e as perdas anunciadas nesta sexta deixam de ser um fato isolado. “A VCP não tem exposição significativa em derivativos, mas a Aracruz está acima do recomendável”, afirma Mônica Araújo, analista de papel e celulose da Ativa. Do primeiro para o segundo trimestre, a empresa aumentou em 33% sua exposição ao câmbio, chegando a 360 milhões de dólares. A Aracruz também mantinha, no final de junho, 387 milhões de dólares em contratos de swap. Como as posições variam dia-a-dia, não é possível calcular como está a exposição da empresa neste momento.


Fonte: Portal Exame

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