terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

VOCÊ É UM PROFISSIONAL, VOCÊ NÃO É UM COLABORADOR

Tenho observado ao longo dos anos as empresas chamarem seus empregados pelos mais diversos termos: funcionários, colaboradores etc. A área de recursos humanos também foi chamada de área de GENTE, talentos humanos, gestão de pessoas etc. Entretanto, todos estes esforços, louváveis e bem-intencionados, pouco mudaram realmente o que pretendiam mudar: prover pessoas extremamente gabaritadas para suas funções e comprometidas com a identidade e as metas da organização.
Quais são as causas? A queixa que mais ouço por parte dos empresários é a falta de atitude e de qualificação das pessoas que eles empregam. Há certamente várias causas, mas uma delas é a falta de consiciência individual sobre o sentido da palavra PROFISSIONAL. Gosto de chamar os empregados de uma empresa por esta palavra: PROFISSIONAL. Não criei este termo. Aprendi-o com um auditor do DNV, Sr. Mozart Machado. Antes de me dirigir às empresas, pretendo dirigir este texto para cada uma das pessoas que foram empregadas por elas. Vejo em muitas destas pessoas atitudes pouco profissionais. Por isto, gosto muito do termo. Cada pessoa empregada em uma empresa, do presidente ao ajudante de limpeza, é e deve se comportar como um profissional. Profissional é aquele que exerce uma profissão, isto é, um conjunto de tarefas relacionadas com um resultado e conhece todos os conceitos, ferramentas e atitudes necessárias para obter estes resultados. Todos estes requisitos deveriam estar claramente definidos no perfil de cada cargo. A pergunta que deve ser respondida pelo perfil de cargo é: “que tipo de PROFISSIONAL quer para ocupar esta vaga? Que tipo de conhecimento técnico, experiência e atitudes devem ter? Conheço executivos que não sabem ler um balanço, conhece gerentes que não sabem e nem querem saber mapear processos e analisar indicadores, conheço gerentes que não sabem nem definir quais indicadores mostram de maneira mais coerente os resultados de suas áreas, conheço operadores que não seguem padrões e são extremamente indisciplinados, conheço gente que não comparece aos treinamentos oferecidos por suas empresas, vejo a maioria dos empregados das empresas não estudar com profundidade suas áreas de atuação, encontro executivos que não se preparam para participar de reuniões, pessoas que esquecem compromissos, que não dão retorno para emails nem para telefonemas, pessoas que tratam mal os clientes etc. NÃO SÃO PROFISSIONAIS. São amadores, gente comum que não tem ambição e que não quer evoluir. Quando uma empresa, em um duro ambiente de competição, não conta com profissionais, todos nós sabemos qual será o resultado.
Ouço frequentemente a frase: “... temos que profissionalizar a empresa”. Perfeito o sentido desta sentença! E a profissionalização começa pela contratação de profissionais. Por isto, muitas consultorias erram e não trazem retorno para seus clientes: implementam métodos profissionais excelentes, mas por covardia ou ignorância, não mexem com as pessoas. De que adianta ferramentas profissionais para amadores usarem? Adianta dar uma Ferrari para um carroceiro pilotar? Por isto, um piloto de fórmula 1 ganha milhões de dólares por ano: porque ele é o PROFISSIONAL-CHAVE para o sucesso da equipe. Ele vai pilotar o carro. Simples assim.
Já sei o que algum sindicalista de plantão pode estar pensando: “... as empresas deveriam então pagar mais se quiserem realmente ter PROFISSIONAIS”. Certo? Errado! Antes do salário, vem o desempenho. Somente burros ficam reclamando do salário. Um profissional, mesmo ganhando muito pouco, sua sangue pela sua empresa e obtém resultados. Este é o único comportamente esperado de um profissional de verdade. Se após os resultados, ele não tem o retorno financeiro que esperava, deve ir embora. Profissional não reclama, muda de endereço. Reclamar é uma atitude amadora, ridícula e baixa.
Você lê pelo menos um livro técnico relativo à sua área por mês? Você assina pelo menos uma revista técnica? Você pesquisa as melhores práticas do seu trabalho em outras empresas, na Internet etc? Você cuida da sua saúde de forma profissional ou você faz uma noitada na véspera de uma reunião importante? Você participa ativamente dos treinamentos oferecidos por sua empresa ou é daqueles idiotas que exigem o pagamento de horas extras para ser treinado?
Se você não está adequado ao parágrafo acima, lamento, mas você não é um profissional e, tenha certeza, perderá brevemente seu posto de trabalho para um profissional de verdade.


Paulo Ricardo Mubarack

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