sábado, 18 de abril de 2009

Exportações de carne suína em março tem volume acima do esperado


Queda de preços, porém, é a grande preocupação
As exportações de carne suína, em março, de 51 mil toneladas, em relação a 42,74 mil t em igual período do ano passado, um aumento de quase 20%, sinaliza importante recuperação no quadro desta grave crise financeira mundial. No primeiro trimestre de 2009 começou a haver recuperação das perdas registradas no último trimestre de 2008. Nos últimos seis meses, de outubro de 2008 a março de 2009, o Brasil exportou 240,27 mil toneladas, resultado ainda 14 % inferior ao alcançado no período de outubro de 2007 a março de 2008.
“Embora os volumes estejam até mesmo acima das expectativas iniciais, a lucratividade, ou melhor, a falta dela, na exportação é uma constante”, analisa Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS). “A queda de preços, de todos os cortes e de carcaça, em todos os mercados, é motivo de grande preocupação. Os esforços para elevar um pouco os preços ainda não produziram os resultados necessários”, acrescenta.
As exportações de carne suína, em março, atingiram US$ 104,16 milhões, em relação a US$ 102,25 milhões em março de 2008, um pequeno crescimento de 1,86%. O preço médio em março foi de US$ 2,04 mil a tonelada em relação a US$ 2,39 mil em março de 2008, uma queda de 14,64%.
Os principais mercados no primeiro trimestre deste ano foram: Rússia, Hong Kong, Angola, Argentina, Cingapura, Albânia, Uruguai e Armênia. No inicio da próxima semana, o governo fará mais uma reunião de negociação com a Rússia, principal cliente da carne suína brasileira, no esforço de reverter as alterações no sistema de cotas e de tarifas extra-cotas realizadas no final de 2008, informa Pedro de Camargo Neto.
Missão liderada pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, e integrada pelo secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, e pelo diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey, estará em Moscou, na próxima semana. ABIPECS NA RÚSSIA E NA CHINA - Pedro de Camargo Neto acompanhará a missão brasileira à Rússia nos dias 20 e 21 de abril. Na sequência, irá a Pequim para reuniões preparatórias à viagem do presidente Lula à China, no final de maio. A ABIPECS espera que naquela ocasião seja oficializada a abertura do mercado chinês para as exportações brasileiras de carne suína.
Por ocasião da visita do presidente Lula a Moscou, em 2005, quando foi empenhado o apoio do Brasil ao processo de entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), foram acordados diversos pontos que não vêm sendo seguidos pelo país. O Brasil aceitou, na época, que a Rússia mantivesse sistema de cotas com origem geográfica por um período de transição até 31 de dezembro de 2009, desde que o país praticasse as tarifas extra-cotas apresentadas anteriormente à OMC. “Infelizmente, a Rússia não tem seguido o combinado, realizando aumento de tarifa extra-cota e mesmo redução de cotas. O mais desagradável foi que a Rússia direcionou aos Estados Unidos 50 mil toneladas de carne suína da cota antes aproveitada pelo Brasil”, lamenta Camargo Neto.

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